Desde aquele sábado, em que recebi a ligação do meu pai, me pedindo pra vim pro interior porque minha mãe estava muito mau, tenho convido com 2 sentimentos antagônicos: Felicidade x Tristeza.
Vivo a felicidade em seu ápice por estar esperando a chegada do meu primeiro filho e tudo o que isso representa em minha vida, todos os sonhos de ser pai, todas as brincadeiras pensadas, sensações, dificuldades e desafios que irei experimentar e já experimento nesse momento que chamarei de pré-paternidade. A cada consulta, a cada ultrassom, a cada compra de roupinha ou algum acessório para Bernardo, meu coração se enche de alegria por saber que, daqui a pouco, Bernardo estará conosco, sendo amado, cuidado, ensinado e, claro, educado.
De forma antagônica, ver minha mãe acamada, com dificuldade de locomoção, dificuldade para comer sozinha, tomar banho e todo o resto tem me cortado o coração, triturado cada pedacinho dele quando olho pra ela, uma mulher guerreira e lutadora na situação em que está. Entendo que até os mais fortes combatentes, em algum momento, sofre para se recuperar. O que vi nesses últimos 06 dias foi algo incrível, vi uma pessoa amada por muita gente, vi meus tios e tia, primos e primas se preocuparem, gente com o coração triste por ver sua irmã / tia / amiga, tão queria e amada, passando por esses momentos difíceis. Não sei se o amor que ela sentiu vindo da gente, se o cuidado e o carinho de todos fez com que ela conseguisse, de alguma forma, reagir, mas o que vi nesses últimos 3 dias.
Vi uma pessoa no domingo, acamada, e sem conseguir nada sozinha, levantar, caminhar, tomar banho, comer e até mesmo se virar na cama eram tarefas muito, mas muito difíceis mesmo. Hoje, sexta feira, o que vejo é minha mão andando sozinha, tomando banho, comendo, pedindo a comida dela! Não me lembro, nos últimos anos, de ver ou saber que ela estava com fome porque ha anos ela não almoça. Vi a febre e o cansaço; tudo isso ser vencido em 06 dias. Hoje quando me deparei com a cena narrada acima fiquei mais alegre, mesmo sabendo que poderia ser uma melhora para o descanso dela, meu coração teve esperança de que ela melhore, de que isso tudo não seja a doença avançando ainda mais, mas que seja o início de uma arrancada, que venha acompanhada de uma série de boas notícias.
Agora a pouco, estava sentado na poltrona ao lado da cama, quando meu pai chegou, sentou e ela bem devagarinho colocou a mão por debaixo da blusa dele e começou a coçar suas costas, uma cena que eu cresci vendo, todos os dias, acontecer. Meu coração se encheu ainda mais de alegria.
Então o que era tristeza, de alguma forma foi convertido em alegria e agora posso dizer que vivo a Felicidade de esperar meu filho chegar e tenho a esperança de ver minha mãe melhorar. Os sentimentos com os quais convivo nesse momento são Felicidade (de um futuro papai) x Esperança (de um filho a espera de sua mãe melhorar). Amanhã retornarei para minha casa sabendo que posso sim ter esperança!
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